Panis et Circenses
A Globo tem apresentado filmes brasileiros no intercine de segunda à noite, alguns bem legais. Comentei com alguém que respondeu com a clássica "não gosto de filme brasileiro". Outra que já ouvi muita gente dizer é "filme brasileiro tem muito palavrão".
A questão dos palavrões é fácil de explicar. Quem tem sua formação cinéfila através dos filmes dublados da TV, pensa que americano fala dane-se, ao invés de fuck you.
Já na questão do não gostar por não gostar, eu tenho uma teoria (ah não, tudo menos uma teoria!):
O cinema brasileiro pode ser dividido em duas fases, pré e pós Embrafilme (pesquise meu filho). Nos tempos da estatal, o pessoal passava a mão no dinheiro e fazia qualquer porcaria para justificar, inclusive as pornochanchadas que hoje se vê no Canal Brasil. Com o final da mamata, na época do governo Collor, se não me engano, os filmes brasileiros sumiram do mapa, voltando à vida com Central do Brasil. Teve a época do cinema novo, mas só quem gostava era a crítica, eu nunca consegui agüentar cinco minutos um filme do Gláuber Rocha (não, não tenho 60 anos).
Com exceção de Cidade de Deus, que é um filme de ação urbano, e Carandiru, baseado em fatos reais, o que o moderno cinema brasileiro tem como ponto comum em quase todos os filmes? Pobreza. Invariavelmente as histórias se passam em algum cafundó, cheio de gente sofrendo os horrores da miséria. Sempre tem a cena da procissão católica e do terreiro de macumba (candomblé, saravá? Não sou chegado a essas coisas).
Acho que foi o Joãosinho Trinta (é com "s" sim) quem falou que "quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta de luxo". E ele está certo, o mesmo intelectual que elogia o filme sobre o pobre nordestino flagelado pela seca, ou o migrante discriminado nas grandes capitais, quando sai do cinema, liga o ar condicionado e fecha as janelas do carro, se abre é para xingar o moleque que pede troco na sinaleira. Já o retratado no filme nem sabe o que é cinema. E o público em geral quer mais é se divertir, o cara não vai sair de casa, pagar uma grana pelo ingresso, mais estacionamento, etc, para ver pobre sofrendo. Isso se vê diariamente, na rua, no jornal, na televisão.
O resultado disso é que ótimos filmes passam em branco, por puro preconceito. Assisti "O homem do ano", se não me engano o roteiro é do Rubem Fonseca. Não fica devendo nada aos filmes do gênero "Os Bons Companheiros".
Fazendo um contraponto, a música brasileira é a mais tocada nas rádios, li em uma pesquisa que passa de 80% da programação. Será que se falasse de um único assunto seria assim? Os cineastas brasileiros deveriam rever seus conceitos, ninguém mais agüenta esse samba de uma nota só.
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Pé de página: (Ah não, spam novamente?) Foi lançado sábado passado Foi-se o Martelo, parceria entre o autor, Helder "Eu Bebo" Júnior e Tina "Universo Anárquico" Oiticica. Blog de guerrilha política, sem papas na língua, adicionem já, é uma ordem, aos seus favoritos.
A questão dos palavrões é fácil de explicar. Quem tem sua formação cinéfila através dos filmes dublados da TV, pensa que americano fala dane-se, ao invés de fuck you.
Já na questão do não gostar por não gostar, eu tenho uma teoria (ah não, tudo menos uma teoria!):
O cinema brasileiro pode ser dividido em duas fases, pré e pós Embrafilme (pesquise meu filho). Nos tempos da estatal, o pessoal passava a mão no dinheiro e fazia qualquer porcaria para justificar, inclusive as pornochanchadas que hoje se vê no Canal Brasil. Com o final da mamata, na época do governo Collor, se não me engano, os filmes brasileiros sumiram do mapa, voltando à vida com Central do Brasil. Teve a época do cinema novo, mas só quem gostava era a crítica, eu nunca consegui agüentar cinco minutos um filme do Gláuber Rocha (não, não tenho 60 anos).
Com exceção de Cidade de Deus, que é um filme de ação urbano, e Carandiru, baseado em fatos reais, o que o moderno cinema brasileiro tem como ponto comum em quase todos os filmes? Pobreza. Invariavelmente as histórias se passam em algum cafundó, cheio de gente sofrendo os horrores da miséria. Sempre tem a cena da procissão católica e do terreiro de macumba (candomblé, saravá? Não sou chegado a essas coisas).
Acho que foi o Joãosinho Trinta (é com "s" sim) quem falou que "quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta de luxo". E ele está certo, o mesmo intelectual que elogia o filme sobre o pobre nordestino flagelado pela seca, ou o migrante discriminado nas grandes capitais, quando sai do cinema, liga o ar condicionado e fecha as janelas do carro, se abre é para xingar o moleque que pede troco na sinaleira. Já o retratado no filme nem sabe o que é cinema. E o público em geral quer mais é se divertir, o cara não vai sair de casa, pagar uma grana pelo ingresso, mais estacionamento, etc, para ver pobre sofrendo. Isso se vê diariamente, na rua, no jornal, na televisão.
O resultado disso é que ótimos filmes passam em branco, por puro preconceito. Assisti "O homem do ano", se não me engano o roteiro é do Rubem Fonseca. Não fica devendo nada aos filmes do gênero "Os Bons Companheiros".
Fazendo um contraponto, a música brasileira é a mais tocada nas rádios, li em uma pesquisa que passa de 80% da programação. Será que se falasse de um único assunto seria assim? Os cineastas brasileiros deveriam rever seus conceitos, ninguém mais agüenta esse samba de uma nota só.
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Pé de página: (Ah não, spam novamente?) Foi lançado sábado passado Foi-se o Martelo, parceria entre o autor, Helder "Eu Bebo" Júnior e Tina "Universo Anárquico" Oiticica. Blog de guerrilha política, sem papas na língua, adicionem já, é uma ordem, aos seus favoritos.
posted by: j. noronha
on
segunda-feira, novembro 13, 2006
at 02:53
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exclusivo: GUERRILHA TAMBÉM CONTRA O HOMEM BETO CARRERO
veja detalhes no site: www.coprolalia.blogspot.com
Máfia circense Russa pode estar envolvida na morte de Beto Carreiro. ... já que o parque estaria fechando acordo com empresários chineses e mongóis para ...
coprolalia.blogspot.com/2008_02_01_archive.html - 45k
1.2.08
Hoje tem conspiração? Tem sim senhor!
Máfia circense Russa pode estar envolvida na morte de Beto Carreiro.
O parque temático mais visitado da América Latina, o Beto Carrero World, perdeu recentemente seu idealizador e fundador, João Batista Sérgio Murad. João Batista, alcunhado Beto Carrero em 1991 na ocasião da inauguração do selvagem parque, já trabalhava no showbizz rural desde a década de 60 promovendo rodeios no interior de São Paulo.
A causa da morte, ainda não confirmada pelos médicos, foi apontada como sendo falência coronariana durante uma cirurgia de rotina. Entretanto, Luis César Praxedes, titular da 4ª Delegacia Seccional de São José do Rio Preto discorda: “Há indícios de que a máfia Russa teria grande interesse na morte de Beto. Inclusive, dois membros de circos rivais do Mundo Mágico, Ivan Vostok e Pavel Stankowich foram vistos na cidade dias antes da ocorrência". Luis César afirma ainda que exames toxicológicos apontarão a real causa mortis do artista. O laudo deverá sair em 15 dias, tempo recorde em pleno recesso carnavalesco, pois, de acordo com o Delegado 'mesmo em época de terecoteco, não pouparemos esforços para resolver este crime hediondo."
De acordo com as investigações, a morte de Beto faria com que o controle do parque passasse para a mão de acionistas, cujos principais players têm ligações com a máfia Russa, como foi apontado aqui, há alguns meses. A migração do controle viria em boa hora, já que o parque estaria fechando acordo com empresários chineses e mongóis para adquirir o passe de jovens talentos regionais, com a promessa de desenvolvê-los nos modernos centros de treinamento do parque.
A máfia russa no mercado circense
É latente a presença da máfia russa no negócio circense no Brasil. Por debaixo das lonas, petrodólares do maganata Boris Berezovsky (o mesmo por trás da novela Corinthians-MSI) são usados para subornar fiscais do Ibama, que fazem vista grossa ao uso de animais silvestres nas apresentações. Além disso, os agentes da máfia compram fiscais do CONTRU, conseguindo assim alvará para armar os espetáculos em áreas proibidas.
A organização criminosa, que chegou clandestinamente ao Brasil em 1908 no navio japonês Kasato Maru, começou a atuar no tráfico de vodka e outros derivados de batata. Na década de 70, despontou no mercado circense na medida em que a comunidade cigana migrava para atividades como o malabarismo de farol e truquetes de apostas nas ruas dos grandes centros brasileiros. Atualmente, estima-se que 90% dos circos brasileiros são controlados pelos russos. Entretanto, é a primeira vez que o clã Vostok-Stankowich se vê envolvido com acusações de assassinato.
Beto Carrero, o grande ícone circense da América Latina
O caso entra mais ainda em evidência quando a vítima em questão é Beto Carrero, apontado recentemente em lista da Forbes como o quarto mais bem-sucedido proprietário de parque temático no mundo. Uma declaração dada por Walt Disney no coquetel de lançamento do parque, em 1991, dá o verdadeiro peso do nome Beto Carrero World no mercado do entretenimento temático: "He is gonna be among the greatest very soon, Beto is a genuine entertainer."
Além de idealizador e administrador do parque, Beto Carrero era representante de peões brasileiros em rodeios nos Estados Unidos, sócios de uma cadeia de churrascarias com presença internacional e agente beneficente na comunidade carente de São José do Rio Preto. A ong 'Desenvolvimento a galope' gerida com fundos do próprio artista, garante estudo e alimentação a mais de 500 crianças no interior da cidade, além de incentivar a arte circense entre os jovens.
Aos 70 anos, no auge de seu vigor, esta estrela nacional pode ter tido sua trajetória interrompida pela ganância e deslealdade dos russos. Não é mais tão mágico o mágico mundo de Beto Carrero.
Leitor:
Anônimo | 02 fevereiro, 2009 09:33